quarta-feira, 29 de março de 2006


Não é montagem! É a embalagem de uma meia, que eu TIVE que comprar...





Sem mais nada para acrescentar

segunda-feira, 20 de março de 2006

Depressão fudida

Não quero estar aqui, nenhuma vontade de ir pra lá, ali me parece chato, tudo é insuportável, não to com vontade de fazer nada, aquilo me parece entediante, as paredes são feias e claras demais, o dia está muito ensolarado e isso me irrita, quero correr, mas não to com o mínimo saco pra isso, não prefiro estar em nenhum outro lugar, não desejo fazer porra nenhuma, não sei o que me falta. Parece que falta tudo em mim, tudo dentro de mim está vazio, sem vida. Odeio o que faço e odeio mais ainda o que não faço. A continuação do que não existe continua, dentro da minha cabeça a dor continua, dentro do meu coração a dor é insuportável. Não quero comer, não quero estudar, não quero passear, não quero dormir, não quero conversar, não quero sair, não quero ler, não quero assistir, não quero caminhar, não quero nadar, não quero escrever, não quero sentar, não quero digitar, não quero olhar, não quero pintar, não quero deitar, não quero sonhar, não quero limpar, não quero abrir, não quero cozinhar, não quero varrer, não quero gravar, não quero tocar, não quero ligar, não quero chamar, não quero ouvir, não quero entender, não quero correr, não quero beijar, não quero foder, não quero piscar, não quero subir, não quero descer, não quero tirar, não quero trocar, não quero cantar, não quero fechar, não quer aprender, não quero ensinar, não quero almoçar, não quero argumentar, não quero mecher, não quero escovar, não quero respirar, não quero viver!

sábado, 18 de março de 2006

Abriu a geladeira e pensou no que faria naquela noite. Jurava que não sabia porque fazia aquilo sempre, ele não sentia fome alguma. Porém a fraca iluminação do eletrodméstco com a porta entreaberta criava na cozinha escura um clima âmbar agradável. O friozinho que vinha de dentr dela fazia-o sentir-se bem. Gostava do frio. E aquela cidade era demasiadamente quente, por vezes até sentia-se mal. Deveria ter escolhido uma faculdade mais ao sul, São Paulo, quem sabe Curitiba.
Nesse momento, com os pêlos do braço arrepados pela diminuição da temperatura do seu corpo, com o olhar fix na caixa de leite desnatado (não suportava qualquer outro tipo!) mal iluminada, pensou nela. Se tivesse ido morar em outro lugar qualquer, não teria conhecido ela. Nem ele. Então relembrou-se do motivo que o levara até ali. Ela não sabia da existência dele, nem ele a dela. Deveria contar? Os dois, com certeza, o fariam escolher, mas ele não conseguia. Amava muito ele. Amava muito ela. De maneiras diferentes. E não queria mais mentir, já levara essa situação assim por muito tempo. Contaria. Na primeira oportunidade (...)
O telefone tocou e lembru-se de piscar. Os olhos secos e já vermelhos ainda estava fixos no leite, embora ele nem notara. Fechou a geladeira e atendeu. Era ele. Perguntava o que estava fazendo e convidara-o para sair. Falou que não podia e que tinha que conversar "tenho uma coisa que preciso te contar, e tem que ser agora!". Foi direto ao assunto e contou tudo. Sem ter dado tempo para o outro ter alguma reação falou que precisava desligar. E ligou para ela. Disse toda a verdade do que acontecera nos últimos meses e que ainda estava acontecendo: "não espero que vc entenda nem aceite. Só queria que você soubesse que te amo muito. Tchau".