domingo, 11 de junho de 2006

sozinha

Acordei com uma puta dor de cabeça. 3h da tarde. Peguei um pedaço do frango de ontem na geladeira e comi, gelado, de ontem. Não consegui comer tudo. Tinha um gosto de alguma coisa estragada, não sabia se era o frango ou a minha boca. Escovei os dentes. Não tinha vontade de fazer absolutamente nada. Coloquei uma roupa e fui dar uma volta. Estava sozinha. Me senti abandonada em um mundo de gente. Um mundo gigantesco, mas não tinha ninguém pra me abraçar naquele momento. Tava frio, muito frio, percebi que não tinha me agasalhado direito. Tava com fome, mas não queria comer sozinha. É triste comer sozinha. Uns 4 filmes bons passando no cinema, mas não queria ir sozinha. Que merda, onde tá todo mundo? Onde tá alguém? Um pássaro morto no asfalto, nojento. Lembrei do frango duro e frio /ui/. O pássaro tava ali, morto, sozinho. Vários pássaros voando, mas nenhum dava a mínima praquele ali, morto. Nenhum se importou. Porra, alguém dê atenção pra ele. Talvez ele tenha morrido de solidão, é possível isso? Se fosse, eu tava prestes a morrer, ali mesmo. Droga de frio. Continuei andando. Andei muito, pensando na vida. Merecia essa solidão. Pessoas são sozinhas no mundo. Na verdade ninguém tem ninguém. E ninguém é de ninguém.
Mas eu sou só sua.