sábado, 28 de junho de 2008

Atuar

Atuar não é apenas uma profissão. É muito mais do que isso. Atuar é uma escolha de vida. É querer, amar, chorar, dançar, gritar, fazer, girar. Principalmente sentir. Sentir o mundo que o envolve, entender reações, perceber emoções. Estar sempre pronto. Colocar suas emoções expostas. Nunca ter medo de sentir, sentir intensamente, de se mostrar e de viver.

         Como atores, temos que nos envolver com nossos papéis. Temos que ser nosso personagem e fazer com o que o nosso personagem seja nós. Uma coisa só. Temos que sentir, pensar, andar e falar como o personagem. Não deixamos de ser quem somos, mas nos moldamos e entendemos nosso personagem.

         A criatividade entra nessa explosão de sentimentos, ajudando-nos a inovar, a pensar como o personagem, a agir como ele. Devemos estar sempre prontos para criar coisas novas. Não nos fechar com o excesso de técnica, mas sim conseguir, com a técnica, descobrir novos meios de interpretar, novas formas de expressar sensações.

         Para uma mesma interpretação receberemos críticas e elogios. O importante é conseguir perceber nossas falhas, nossos pontos negativos, e filtrar o que nos dizem. E nunca estacionar. Um personagem nunca está pronto, perfeito. Devemos continuar tentando coisas novas, novas formas de expressar o mesmo poersonagem, mesmo que já trabalhamos com ele há anos.

         Atuar é uma escolha para a vida toda. Não tem como deixar isso de lado nem por um segundo. O mundo e as pessoas que nos rodeiam são nosso laboratório de estudos. Nosso corpo é nosso instrumento de trabalho. Através de nossa voz e gestos é que nos comunicamos com nossos "clientes". Só depende de nós fazer com que eles nos entendam, nos amem, nos sigam, nos odeiem ou chorem conosco.

            "A arte revolucionária deve ser uma mágica capaz de enfeitiçar o homem a tal ponto que ele não mais suporte viver nessa realidade absurda" - Glauber Rocha

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