quinta-feira, 23 de setembro de 2004

estória surreal

Passou por mim rápido. Andava a passos decididos, firmes, não olhava muito para os lados. Meu objetivo mudou de passar na farmácia e ir para casa para: seguir ele. Ele não demonstrava ser comum, indo ao supermercado ou à um banco. Parecia um daqueles atores de filmes pedantes que caminham em direção ao suicídio, um assalto ou algo que o valha. Queria muito ver onde ele ia, mas ele andava muito rápido, eu estava quase correndo para acompanhá-lo. Até agora seu destino coincidia com o meu. Enquanto andávamos (eu carria) fui reparando em seus trajes. Calçava um All Star verde musgo e vestia uma calça jeans meio justa (também na canela) que deduzi ser um preto desbotado pelo tempo e um casaco igualmente justo da mesma cor que o All Star. Estava matutando até onde o seguiria, onde será que ele estava indo, quando atravessou a rua. Fiz o mesmo logo em seguida. Pude reparar que seu cabelo loiro e mal cortado estava a dias sem ser lavado. Já estava cansada e a farmácia era logo adinate, mas eu tinha que continuar seguindo-o. Ele começou a olhar para o outro lado da rua. Parecia medir os prédios que lá estavam. Logo atravessou (de novo) e se dirigiu ao prédio na sua frente. Eu atravessei rápido e, fingindo que olhava uma vitrine de sapatos que depois notei serem masculinos, que era do lado da portaria, tentava ouvir o que ele falava ao interfone, se é que falou alguma coisa, porque não consegui ouvir nada. Mas a porta se abriu e ele entrou. Não sabia se tentava entrar ou se pelo menos perguntava para o porteiro que era ele, mas não conseguia nem ver se tinha algum porteiro. Reparei que a farmácia a qual precisava ir ficava do outro lado da rua. Fuia até lá, entrei e pedi o remédio. A simpática balconista pediu que eu esperasse. Fui até a janela da onde podia-se ver o prédio bem a frente. Estava observando tudo, espremendo os olhos pra tentar enxergar melhor e pasmem: tinha um homem em uma janela. quase só podia ver sua silhueta, mas dava pra ver que era loiro.... Fiquei atônita e vidrada naquela figura, como se a qualquer momento alguma coisa fosse acontecer. e ele, grudado na janela (aberta), olhava para cima, para baixo, fazia alguns movimentos, mas não saía dali! Estava decidindo se ligava para os bombeiros, ou se ia no prédio tentar achar o apartamento em que ele estava, quando a gentil atendente me chamou informando que o remédio estava pronto. Parece que aquela voz me trouxe para a realidade, devia estar alucinando mesmo. Paguei, peguei o remédioe fui para casa. Nunca vou sabe o que aconteceu.

4 comentários:

Anônimo disse...

aah pode ir descobrindo!!

Anônimo disse...

ah, então era você me seguindo!!!

ass: suicida do all-star verde

Scar disse...

Soh... Estranho como as vezes o aparentemente ordinário chama a atenção.

Anônimo disse...

Muito bom o teu texto, Mou, muito mesmo.
Adorei o pedante ali no meio. :D

beijão
gi