terça-feira, 22 de março de 2005

O desenhado perfeito das nuvens branquinhas no céu azul cintilante a deixavam muito feliz. Sentia-se imponente. Era um desses dias quentes de Março e estava parada na da Cândido de Abreu, a caminho do lugar onde fazia cursinho. Olhava para o alto e as pessoas passavam por ela sem notar sua felicidade, sem perceber que ela era diferente, pois era assim que se sentia. Diferente de todos aqueles vestindo seus ternos, indo trabalhar, sem tempo nem para olhar para cima ou para perceber ela ali.
Por alguns instantes esqueceu-se de onde estava, do horário que tinha a cumprir e das pessoas ao seu redor. Apenas se concentrou em si. O que deveria ser ela para o mundo. Um nada para alguém que nem conhecia a milhares de kilômetros de distância e um tudo para outro. Sua vida deveria ser escrita em um livro para que todos soubessem o que fazia. Todas as coisas maravilhosas e também as tristes que aconteciam diariamente com ela.
Algo estava pra acontecer, mas não podia saber se era bom ou ruim. Resolveu deixar para pensar nessas coisas depois. Sempre tudo para depois. Estava atrasada. Olhou para frente, parou mais um instante percebendo aqueles perto dela. Comecou a andar. Foi cruzar um rua perpendicular distraída quando uma caminhonete preta veio ao seu encontro. Calor.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei
eu quero que ela se jogue embaixo do carro... pra pararem de achar que só eu faço texto com pessoas suicidas!