sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Oscar 2015

Final de semana passado houve a premiação do Oscar, e mais uma vez  fico extasiada com toda a fantasia que envolve este e todos os eventos red carpets. É claro que é muito bacana que exista este momento para prestigiar e premiar os artistas do cinema hollywoodiano, dar aos ganhadores a oportunidade de falar algumas breves palavras, o encontro e troca de figurinhas entre colegas do mesmo ramo é sempre muito benéfico e este evento proporciona isso. O problema é que algumas celebs fazem qualquer coisa para aparecer.

Ok, não vou entrar no mérito dos valores exorbitantes gastos pelos artistas nos seus figurinos, ou as fantasias esdrúxulas que sempre aparecem - isso tudo faz parte do show. Mas percebe-se claramente um paralelo da realidade do próprio evento, com o filme que recebeu a estatueta mais importante da noite, trazendo à tona o clichê "a vida imita a arte e a arte imita a vida".

É notória a busca desesperada de algumas celebridades pelos flashes e microfones, com o intuito de serem vistas pelos milhares de expectadores, laureadas pelas centenas de blogueiras e até  afrontadas pelos haters - cuja finalidade muitas vezes é a mesma que o objeto de seu ódio. Vale de tudo por um pouco de atenção, para ter novamente o gostinho dos seus dias de glória.

Porém, ao contrário do que acontece no filme Birdman, onde a ascensão é cobiçada através de uma demonstração artística, após meses de trabalho e ensaios, na vida real este caminho é muito mais simples: brilho, grana e um vestido que é grande demais para a poltrona do teatro. Não precisa ter talento, não é necessário decorar nenhuma fala ou acordar às 5h da manhã para gravar um filme ou para ensaiar.

E entre tantos outros que se destacam, não há exemplo que se encaixe melhor nesta descrição como a Jennie from the block. J-lo tentou ganhar o mundo da música, depois quis o cinema, e não obstante se aventurou com o galã e diretor Ben Affleck, e no fim não conquistou nenhum deles. Por isso que minha mãe sempre diz: faça uma coisa de cada vez, e faça direito.

Se no mundo dos mortais a busca pela aceitação, e a vontade de agradar à todos é um tema tão recorrente, imagine dentro do glamour de Hollywood. O assunto é tão sério, que a síndrome da depressão está presente na maioria dos lares de Beverly Hills, quando os artistas percebem, após um triunfo, o peso de voltar ao anonimato, de não estar mais nos tabloides e de perceber sua energia e disposição esmaecendo junto com a fama.

Michael Keaton expõe belissimamente este universo em seu personagem Riggan, do aclamado Birdman ou a inesperada virtude da ignorância. Nem mesmo os mais talentosos e queridos, como o Robin Williams, estão à salvos de tal avassaladora doença. Mais uma vez: vitória do ego.

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