terça-feira, 11 de outubro de 2005

cold day

Pela primeira vez sentiu a solidão. Olhava ao seu redor e queria fugir, mas não sabia pra onde iria, não queria estar em lugar nenhum. Não queria existir por aquele instante. As pessoas trombavam nele como se fosse invisível, todos seus amigos ao seu redor conversando e rindo nem notaram sua tristeza. Seu olhar demonstrava solidão, ele exalava carência, no entanto ninguém percebia. Saiu correndo sem direção, o mais rápido que pode. Queria estar em outro lugar, não queria estar em lugar nenhum. No meio da multidão parecia um louco correndo, mas ele não se importava. Todas as pessoas desse mundo são loucas, todas tem manias estranhas, mas a vergonha de demonstrar. Se escondem, não demonstram como realmente são por medo. Ele parou de correr e, andando, começou a cantarolar sua música preferida: "somos quem podemos ser" do Engenheiros do Hawaii. A cada verso que cantava, aumentava a intensidade de sua voz para que todos pudessem ouvi-lo:
"um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão
um dia me disseram que os ventos as vezes erram a direção
e tudo ficou tão claro um intervalo na escuridão
uma estrela de brilho raro um disparo pára um coração
a vida imita o vídeo garotos inventam um novo inglês
vivendo num país sedento um momento de embriaguez
somos quem podemos ser sonhos que podemos ter
um dia me disseram quem eram os donos da situação
sem querer eles me deram as chaves que abrem esta prisão
e tudo ficou tão claro o que era raro ficou comum
como um dia depois do outro como um dia, um dia comum
a vida imita o vídeo garotos inventam um novo inglês
vivendo num país sedento um momento de embriaguez
somos quem podemos ser sonhos que podemos ter
um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão
sem querer eles me deram as chaves que abrem esta prisão
quem ocupa o trono tem culpa quem oculta o crime também
quem duvida da vida tem culpa quem evita a dúvida também tem
somos quem podemos ser sonhos que podemos ter"
E todos ao seu redor olhavam-no com estranheza, com preconceito e até com vergonha dele. Mas ele não se importava, não tinha medo de fazer o que tinha vontade, de se expressar, se libertar dos conceitos estipulados pela sociedade: é errado fazer isso, é bom fazer aquilo, é certo ser assim, é feio falar tal coisa... Foda-se o que vão pensar de mim, foda-se o que é certo, o que é errado, o bonito o feio, tudo é pré estipulado. Não existe mais espontaniedade, o que não tá no padrão é ruim! À merda com isso! Cantou a música toda e, ao final dela já estava berrando e se sentia muito melhor. Se sentia feliz, bem. Pela primeira vez em anos fez o que tinha vontade. Não se importou com o pensamento dos outros, o que ele pensava era o crucial. Voltou para casa feliz. Descobriu a felicidade verdadeira e a liberdade total.

2 comentários:

Anônimo disse...

oqueeee??? escrevendo em ingles o título?? q feio mocinha...

Anônimo disse...

ontem eu tentei te ligar só pra perguntar como é o cha infalivel q vc faz pra quando ta com gripe. Vc podia ter atendido... eu to mto ruim, to uma merda, odeio gripe...

beijos te adoro!!